30 de ago. de 2010

O violão, as gêmeas, a caixinha e o fetinho

Única herdeira do avô, Sheila ML Freitas Emoingt trocou o violão do avô por três bonecas, quando tinha doze anos. Uma alemã, uma holandesa e uma chinesa, desmontando a coleção que ganhara do finado avô. Era herdeira, e a mãe respondeu que sim quando ela perguntou se podia fazer o que quisesse com o violão DELA.



Vovó Julinha, casada com vovô Roberto, queria ter um menino. Veio a primeira menina. Vinha um menino, mas ela perdeu. Colocou o feto num vidro e toda noite antes de dormir chamava o marido, e dizia: Vamos dar boa noite ao Robertinho. Abria o armário e davam boa noite para o feto.
Doze anos depois, outra gravidez, outra menina, a mãe da Sheila.
Vovozinha passou a gravidez inteira socando a barriga e dizendo que não queria ter outra filha.
A filha nasceu e a mãe contou tudo pra ela.



Tia Maria, casada com tio José, queria ter uma menina. Nasceu um menino que tia Maria vestia de menina quando o marido não estava. Uma noite, o menino chamou muito pela mãe. O pai disse: Você paparica muito esse menino. Não vá ao quarto dele. Tia Maria, a contragosto, não foi. Lá pelas tantas o menino ficou quieto. Estava morto.
Tia Maria pediu pra quando morrese ser enterrada com uma caixinha. Lá dentro tinha um cacho de cabelo do filho, um pedacinho de sua roupa e uma carta pedindo perdão.

Isso que dá obedecer ao marido.




Sinhazinha e Mariazinha eram irmãs gêmeas. Sinhazinha não casou. Mariazinha teve dezoito filhos. Nove vingaram. Dos nove, seis eram meninas. Três eram meninos. Mariazinha era pobre. O marido de Mariazinha bebia.
Sinhazinha era boazinha. Pegou os três meninos de Mariazinha pra criar sozinha.
Sinhazinha queria ter meninos.

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