Mônica:
Penso quem terá o livro de poesias da tia Wanda? Certa vez, acho que quando publiquei meu primeiro livro, ela se interessou muito por mim, provavelmente por encontrar uma "igual" na família, poeta como ela. Ela passou a me ligar frequentemente, e o assunto era sempre parecido: Tem escrito? E a poesia? Um dia cheguei na casa da mamãe, na Rua Sá Ferreira, e tia Wanda e tio Gregório estavam na entrada, sentadinhos, arrumadinhos, cheirosos, me esperando. Não havia ninguém em casa, eu morava lá e eles tinham decidido ir me visitar.
Quem se interessava pelos meus poemas, quando eu era criança ainda, era o Seu Pastor, pai da tia Elita.
Quando tio Geraldo morreu (pelo que o Alexandre me contou), papai abriu a camisa, bateu no peito dizendo pra você, Roseana e Alexandre, : Aqui está o pai de vocês agora! Outro dia contei isso pra uma amiga e ela ficou com os olhos cheios dágua.
Meu pai era louco pelos sobrinhos. Marco Antônio era gênio! Nosso Einstein! Sempre passávamos as férias na casa da tia Neyde, até hoje tenho muitas fotos. Em BH eu namorei vários amigos do Marco Antônio e muito jogadores de basquete. Eu devia ter treze anos, lembro-me de algumas coisas. Papai era técnico do time do Fluminense, e namorei uns três do Rio de Janeiro, entre eles o irmão mais velho do Pedro Bial (Bialzinho), Alberto Bial. E em Minas o Paulinho Ranieri, que tinha uma Kombi!!! Os amigos do Marco Antônio que namorei foram o André Tenuta e o Roberto. E todos nas mesmas férias. rs.
Cantávamos, namorávamos, dançávamos, brincávamos de levitação, e muitas brincadeiras de salão (papai me ensinou muitas, aprendi até a fazer mágica!
Papai tocava gaita. Quem tocava flauta era nosso avô. Sei porque nunca vi meu pai tocar flauta e eu fiquei com a flauta de nosso avô. Infelizmente não sei onde foi para. E o bandolim da vovó? E o vilão da tia Célia? E o livro que nosso avô escreveu: Casa de Doidos? O livro da tia Wanda?
Bem, guardo numa gaveta meus livros, o livro da Tânia (Coração Fechado para Obras), do tio Dirceu (Capistrana da vida), o CD da Maíra (Processo de Feitura). Acho que vou montar um acervo intelectual-artístico da família para minha neta Isadora.
E a Elizabeth, onde foi parar?
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